Nasceu mesmo em Belgrado?
Não, nasci em Banja Luka, na antiga Jugoslávia. Quando cheguei a Portugal em 1993/94, tinha passaporte jugoslavo. Tenho uma história engraçada sobre o passaporte. Quando estava no União da Madeira, fomos ao Brasil fazer a pré-temporada, eu e os outros jugoslavos da equipa entrámos com o passaporte jugoslavo, sem visto, sem nada, tranquilamente. Os jogadores portugueses, que são irmãos do Brasil, tinham de ter visto e esperaram uma hora para entrar. Ninguém acreditava [risos].
É filho de quem?
A minha mãe trabalhava numa tabacaria e o meu pai era diretor técnico numa fábrica. Como ele tinha de acompanhar os trabalhadores em cidades diferentes, até aos 12 anos fui saltando de cidade em cidade, incluindo Sarajevo, porque a família acompanhava-o sempre. Quando ele teve direito a um apartamento da empresa, em Belgrado, a partir daí, vivemos sempre em Belgrado.
Tem irmãos?
Tenho um irmão mais novo, que trabalha na Alemanha e trabalhou muitos anos em cruzeiros. Ele jogava muito mais do que eu, mas largou o futebol porque dizia que não dava para sair à noite e divertir-se com os amigos. Mas jogava muito mais do que eu. Verdade. [risos]
Qual a sua primeira memória de infância?
A primeira coisa que me lembro é de mudar muitas vezes de escola, no início da infância. Lembro-me das mudanças de cidade e de escola, e de jogar sempre à bola na escola.
Gostava da escola?
Sim, fui bom aluno até ao 12.º ano. Tinha notas excelentes. Gostava de tudo, mas adorava e ainda adoro História.
Deu muitas dores de cabeça quando era miúdo?
Não. Era tranquilo, o meu irmão deu mais dores de cabeça. Os meus filhos também são parecidos comigo, nunca me deram problemas. Eu só ia à escola e treinava futebol, por isso não fazia noitadas nem dava problemas.