Como surgiu a hipótese de jogar na Noruega, num clube da IV divisão, o Valdres?
Falei como Sá Pinto mais uma vez. Ia falando sempre com ele. Só posso estar agradecido por tudo o que tentou ajudar-me. Ainda fui à experiência ao Peterborough, que estava na League One da Inglaterra. Não fiquei e surgiu logo de seguida a hipótese de vir para a Noruega. Confesso que não sabia nada sobre o futebol norueguês. Em Portugal joga-se de agosto até maio, mais coisa menos coisa, na Noruega a época vai de abril a novembro. Estavam a começar a época e decidi vir. Não me arrependo.
Quando foi para Inglaterra pela segunda vez à experiência e não quiseram ficar consigo, sentia que falhava em alguma coisa ou que eram apenas as circunstâncias?
O mundo do futebol acaba por ser ingrato. Para certos treinadores tu és muito bom e para outros não és bom o suficiente, cada um tem os seus gostos ou procura certas coisas específicas num guarda-redes. Nunca me deixei ir abaixo. Sempre tive a atitude de "Ok, não deu. Tentei. Vamos em frente".
Nunca lhe deram explicações?
No futebol não há tempo para apresentar razões, é muito direto, é sim e não, se é, sim, “vamos tratar”, se é não “boa sorte e tudo a correr bem”. É a minha maneira de ver o mundo do futebol, não há tempo para grandes explicações [risos].
Antes de passarmos para estes últimos anos no estrangeiro, de todos os treinadores de guarda-redes que teve em Portugal, qual o melhor?
Sempre gostei muito do Fernando Ferreira, na formação do Sporting, na parte final trabalhei com o Hugo Oliveira na seleção, que também me ajudou bastante.