Quando o empresário lhe falou na hipótese do Doxa, no Chipre, qual foi a sua reação?
Não era bem o que eu queria, mas era um clube no estrangeiro como eu ambicionava e dava-me muito mais dinheiro do que me ofereciam em Portugal.
Quanto mais?
Quase o triplo. Optei por ir, embora se calhar não fosse a melhor opção porque tinha muitos clubes da II Liga e da I Liga que mostraram interesse em mim.
Que clubes da I Liga mostraram interesse?
O Santa Clara fez proposta oficial, mas eu já tinha dado a palavra ao Doxa. O Boavista nunca chegou a fazer proposta oficial, mas conversámos.
A sua namorada gostou da ideia de ir para o Chipre?
Ela vive os meus sonhos também, apoia-me sempre em tudo, por isso é que estamos há tanto tempo juntos e as coisas correm tão bem. Ela disse: “Vamos em frente. Se tu vais eu também vou”.
Que ideia é que tinha do Chipre e como foi na realidade?
O pré-Chipre foi mau porque toda a gente que me ligava dizia que eu fazia a maior burrice da minha carreira, falavam mal do Chipre, por causa de salários em atraso, jogos combinados, diziam tudo e mais alguma coisa para eu não ir ou para me abrir os olhos, não sei. Mas o que posso dizer do Chipre e dos anos que estive lá é que foi incrível. Uma ilha fantástica, um clube certinho, que nunca me faltou com nada, só posso dizer maravilhas. A minha namorada adorou também. Se não se souber separar bem as coisas, não dá para misturar férias com ser jogador de futebol, mas felizmente consegui separar bem e foi um ano e meio muito bom. Embora, quando lá cheguei, ainda nos assustámos.
Então porquê?
Disseram-nos que íamos para um hotel e, quando chegámos, meteram-nos num apartamento muito antigo e ficámos logo assustados. Falei com o meu empresário, ele resolveu, meteram-nos num hotel, mas o hotel ficava numa rua com prédios destruídos e antigos. Mas depois tudo se resolveu bem, fomos para a casa certa e o sítio certo.