Em 2014/15 regressou a Espanha. Como foi jogar na La Liga?
Foi diferente. Naquela época era um futebol que encantava o mundo inteiro. Acho que toda a gente parava para assistir ao campeonato espanhol, pelas estrelas que o compunham. Não vou dizer que não me custou, custou-me um pouco, porque o ritmo de jogo era muito mais intenso, jogavam a um, dois toques, sempre. Mas foi uma experiência fantástica e a realização de um sonho.
Assinou por três anos, mas só ficou um. Por quê?
Poucas pessoas sabem, mas passei um momento difícil quando saí de Portugal, estive alguns meses sem receber do V. Setúbal e tinha dois filhos em casa. Muitas vezes tive de trazer dinheiro do Brasil para Portugal para poder viver. Foi um momento difícil. Passei por um momento de depressão, porque eu não sabia como ia ser o futuro. Vinha de quatro meses sem receber, já todos os clubes tinham feito pré-temporada e eu não sabia ainda o que ia ser do meu futuro, porque tinha um vínculo até dezembro com o clube do Brasil, o Audax - eu fui emprestado para o V. Setúbal -, e para transferir-me de qualquer clube eu tinha de desvincular-me deles. Acabei por ganhar um pouco de peso.
Quando terminava o vínculo? O Audax não quis libertá-lo?
Tinha contrato com o Audax até 30 de novembro. O clube não queria libertar-me, queria dinheiro, uma compensação. Passei por dois meses muito complicados, em que não sabia o que ia ser da minha vida. Quando a situação se desbloqueou, acabei por chegar ao Levante, não na melhor forma. Ainda contratei um personal trainer, quis correr contra o tempo, mas acabei por ter uma lesão na coxa, depois quis voltar antes do tempo e tive uma recaída. Ou seja, no primeiro ano no Levante acabei por fazer poucos jogos. E, no segundo ano, o Levante contratou outro treinador, Lucas Alcaraz, que me disse que no sistema de jogo dele eu ia ser pouca opção, teria de jogar fora de posição. Entretanto, surgiu a possibilidade de ser emprestado a clubes espanhóis, mas os meus filhos também estavam com um pouco de dificuldades na adaptação ao colégio, devido à língua e quando apareceu a hipótese de ser emprestado ao Moreirense, aceitei.