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A casa às costas

“A partir do momento em que me falaram do Benfica não hesitei. Ia para a II Divisão, mas assinei logo por dois anos”

A capitã do Benfica, Sílvia Rebelo, conta nesta segunda parte do Casa às Costas como tem sido jogar no clube do coração, fala sobre a aposta e a exigência, a vontade de ser mãe e o crescimento do futebol feminino. Em dia de dérbi, a central revela-se orgulhosa do legado que deixa às mais novas, mas confessa ter pena de não poder usufruir muito mais tempo das melhores condições que ajudou a alcançar. Consciente de que em julho deverá disputar o seu primeiro e último mundial pela seleção, diz que quer manter-se ligada ao desporto após o final da carreira como jogadora

Alexandra Simões de Abreu

TIAGO MIRANDA

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Como surgiu a proposta para jogar no Benfica, em 2018/19?
Surgiu através da empresária Estrela [Paula], que veio ter comigo. Quando ela falou no Benfica não consegui pensar em mais nada. Eu estava bem em Braga, não tinha motivos nenhuns para sair de Braga, adorava lá estar, mas era o Benfica e não podia dizer que não. Não pensei em mais nada.

Nem quis saber valores?
Não teve nada a ver com valores. A partir do momento em que ela me falou do interesse do Benfica, não hesitei. Disse-me logo que ia para a II Divisão, onde o Benfica começou, que eu ia dar o passo atrás, mas apresentou-me o projeto e sendo o Benfica eu sabia que ia ser um projeto com pernas para andar e que mais tarde ou mais cedo seria grande, independentemente de começar na II divisão. Assinei logo por dois anos.

Quando entrou no Estádio da Luz pela primeira vez como jogadora e contactou com a realidade do clube e as condições que ia ter, era mais ou menos do que estava à espera?
Nós os benfiquistas pensamos que conhecemos a grandeza do clube, mas quando estamos cá dentro é que percebemos a dimensão do Benfica. Agora que estou cá, que posso jogar no Estádio da Luz é que realmente dá para perceber a grandeza do clube. Só quem vive todos os dias o Benfica, só quem trabalha para o Benfica, só quem vê estes adeptos é que realmente percebi.

Mas as condições do Benfica para o futebol feminino eram muito superiores às do SC Braga?
Não eram muito superiores porque o Braga já dava muito boas condições. Tínhamos um relvado bom, um balneário para nós, tínhamos alimentação, casa, por isso ao nível de condições, eram equivalentes. Mas notei algumas diferenças, claro. Por exemplo, ao nível da nutrição, no Benfica temos um acompanhamento individual, temos consultas, temos palestras, ao nível da recuperação também cada vez temos mais material, apresentam-nos sempre coisas novas para conseguirmos recuperar e, se for preciso, fazê-lo individualmente, fazem-no. Em Braga também não tínhamos a análise de vídeos, aqui temos análise de treinos, com vídeos, é tudo mais pormenorizado.

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