Foi sozinho para Nice?
Fui com a minha namorada da altura, a Daniela, e o Duque, um buldogue francês que fui buscar pouco depois de chegar ao Porto e que já tem nove anos.
Sabia falar francês?
Tinha as bases da escola. Achava que não sabia grande coisa e que ia ser complicado, mas chegando lá percebi que até entendia bem o francês, tinha algumas dificuldades em falar, mas desenrascava-me. A cidade é top, o clima é bom e foi muito fácil. Estavam lá dois jogadores que falavam português, um brasileiro e o Seri, da Costa do Marfim, que tinha jogado em Portugal. Foram uma ajuda importante para a adaptação.
O futebol francês foi uma agradável surpresa?
Sim. Intenso. Equipas com mais qualidade do que em Portugal. Um campeonato difícil, muito físico, mas com qualidade.
Jogava em que posição?
Fui contratado como lateral. Eu precisava jogar e disse que jogava em que posição fosse preciso. Comecei a jogar a lateral esquerdo, porque quando cheguei o lateral esquerdo estava lesionado e quem jogava era um miúdo da equipa B. Como com o Luís Castro, e até com o Lopetegui, tinha feito alguns jogos a defesa esquerdo, comecei a jogar ali e acabei por fazer metade da época a lateral esquerdo.
É nessa época que tem a sua primeira lesão séria?
Sim, num jogo contra o Lorient, num campo sintético. Foi uma lesão muscular no posterior da coxa.
O que mais o surpreendeu pela positiva e negativa em Nice?
Ia com aquela ideia feita de que os franceses são de nariz empinado, mas nada disso. Mesmo no clube, as pessoas eram muito simpáticas. Um clube familiar, mais pequeno que o FC Porto, em que toda a gente se conhecia. Gostei muito. Só tenho pena de não ter aproveitado mais o facto de ter vivido na Riviera francesa.