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A casa às costas

“No FC Porto, o Paulo Fonseca batia à porta para entrar no balneário, não abriam e diziam-lhe: ‘O treino é só às 10h30’. Eram muitos egos”

Tiago Rodrigues começou a jogar futebol aos sete anos com o cartão de jogadores mais velhos. Aos 14 anos saiu de Vila Real para a Academia do Sporting, mas a adaptação não foi fácil, como nos conta na primeira parte do Casa às Costas. Acabou dispensado, pensou em desistir da carreira, mas assinou pelo V. Guimarães e conquistou a Taça de Portugal. Foi comprado pelo FC Porto e, sem paciência para esperar, preferiu sair emprestado para a ilha da Madeira, primeiro no Nacional, depois no Marítimo e de novo Nacional, antes de voar para o CSKA, da Bulgária

Alexandra Simões de Abreu

Valerio Pennicino

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Está a jogar em Ankara. Sentiu o terramoto?
Estava no centro de treino e não senti nada, mas a minha mulher que estava em casa sentiu bastante. Quando cheguei ao telemóvel tinha umas 15 ou 20 chamadas dela e de uns familiares que estavam aqui connosco. Estavam todos em casa, tiveram de pegar nos nossos dois filhos e descer as escadas do prédio, com 36 andares. Nós vivemos no 14.º. Mas felizmente está tudo bem.

Já sabe quando recomeça o campeonato?
Dizem que a 3 ou 4 de março, mas não sei, porque há equipas que já desistiram e existem muitas versões, uns dizem que vão suspender o campeonato e que vai ficar tudo como está, que sobem as equipas e ninguém desce, mas não está nada decidido. Agora estamos em estágio.

Vamos voltar lá atrás. Nasceu em Lordelo, Vila Real. Filho de quem?
O meu pai, Ângelo Rodrigues, é farmacêutico e a minha mãe, Maria Catarina, era doméstica e tenho um irmão mais velho, cinco anos, o Fábio.

Falou da sua mãe no passado. Ela já faleceu?
Ela morreu de cancro tinha eu oito anos. Como era criança para mim estava tudo bem, via que estava magrinha, mas não tinha ideia do que se passava. Foi o meu pai que me deu a notícia, no carro. Fartei-me de chorar.

Ficou a viver com o seu pai e irmão? O seu pai voltou a refazer a vida pessoal?
Os meus pais viviam numa casa com os meus avós paternos e continuamos lá. Os meus avós ajudaram muito. Só há relativamente pouco tempo é que o meu pai voltou a ter alguém.

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