Nasceu em Santos, no estado de São Paulo. Filho de quem?
O meu pai era guarda-redes profissional Jogou até aos 38 anos. Quando eu nasci acho que ele estava no clube Portuguesa Santista e logo a seguir foi para o Remo. A minha mãe trabalhava no Banco Nacional, patrocinador daquele chapéu azul do Ayrton Senna, lembro-me bem disso. Ela era gerente ou caixa do banco, não me recordo.
Tem irmãos?
Tenho uma irmã que vive no Brasil e é cinco anos mais nova. Ela já nasceu em Belém.
Cresceu em apartamento ou numa casa?
Cresci num apartamento, mas era um condomínio fechado onde tínhamos à disposição um campo, piscina, salão de festa, isso já em Belém. Eu nasci em Santos, mas com um ano mudámos para Belém e fiquei lá até aos 10 anos.
Gostava da escola?
Gostava mais de brincar, mas eu sabia que tinha responsabilidade, não era uma coisa de gostar, mas eu sabia que tinha de ir e estudar.
Em pequeno já dizia querer ser jogador de futebol?
Sim, mas nunca guarda-redes [risos]. Lembro-me de ver o meu pai jogar muito remotamente, agora do que me lembro bem é dos bastidores. Dele a conversar com a minha mãe em casa, após ou antes de um jogo. Eu apanhei a fase em que ele jogava num clube do pequeno estado do Pará, o Remo, um clube muito popular, que leva muitos adeptos aos jogos. Toda a gente me chamava de Bracalinho, porque o meu pai era o Bracali, que jogava, então eu vivi muito mais essa paixão, a cobrança, os adeptos a falar, tanto a dar os parabéns como a dizer “o teu pai é um frangueiro” [risos]. Como cresci um pouco com isso, com a pressão dos bastidores, eu não queria passar pelo mesmo, eu queria marcar golos [risos].