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A casa às costas

“No V. Setúbal, o José Mota apanhou o Targino ao telefone, pegou no telemóvel, a pessoa do outro lado não sabia quem era e insultou-o”

Avançado do AEK de Larnaca, Rafael Lopes sonhava ser como Ronaldo, o Fenómeno, e confessa que ainda hoje vê vídeos do ídolo brasileiro para se inspirar. O futebol começou no Esposende, continuou no Varzim onde ganhou o primeiro ordenado e o bichinho entranhou-se definitivamente. Quando entrou no balneário do V. Setúbal pensou que iam “matá-lo”, também passou por Moreirense e Penafiel, chegou à Académica pela mão de Sérgio Conceição e depois do GD Chaves resolveu sair, para o Chipre. Sobre a vida lá fora, falaremos na segunda parte deste Casa às Costas

Alexandra Simões de Abreu

D.R.

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Nasceu em Esposende. Filho e irmão de quem?
Tenho uma irmã quatro anos mais nova. Quando nasci, a minha mãe trabalhava numa sapataria da irmã dela e o meu pai numa fábrica alemã.

Qual a primeira memória de infância?
Brincar com os amigos no ringue da minha aldeia, Gemeses, passávamos lá as tardes a jogar futebol. Acho que é essa a primeira memória que me vem quando se fala de infância.

Deu muitas dores de cabeça aos seus pais quando era miúdo?
Muitas, muitas [risos]. Não foram uns tempos fáceis para eles. Aos três anos já andava de bicicleta sem rodinhas, aos três anos e meio parti o braço.

Caiu da bicicleta?
Não, foi num moinho, pus lá o braço e acabei por parti-lo. Caía muitas vezes de bicicleta, fui para o hospital uma vez, parti a perna [risos]. Não foi propriamente uma infância muito fácil e dei muitas dores de cabeça sim.

Da escola, gostava?
Eu gostava, mas nunca fui um aluno exemplar, não vou mentir só para ficar bem no jornal. Era um bom aluno quando queria, era muito distraído, falava muito, brincava muito, sempre fui muito brincalhão. Nunca fui mal-educado, mas fui algumas vezes para a rua.

O que dizia querer ser quando fosse grande?
Professor de educação física.

Lá em casa torcia-se por que clube?
Pelo Benfica. O meu avô era benfiquista, o meu pai também e acabamos sempre por apoiar o clube da geração.

Tinha ídolos?
Sempre fui fã do Ronaldo, o Fenómeno. Ainda agora gosto de ver vídeos dele. Às vezes quando me lembro e quero inspirar-me ou algo assim, vou ver os vídeos dele. Sempre foi uma inspiração e quando comecei a jogar futebol, era ele quem estava em alta, coincidiu.

Em que é que ele se diferencia de outros, como Messi, Ronaldo, Ronaldinho e por aí fora?
Pela capacidade de aliar velocidade, técnica e inteligência. Não vou falar do Cristiano e do Messi porque acho que estão um bocadinho à parte. De resto, hoje encontras um jogador muito forte, mas se calhar não é bom tecnicamente ou encontras um jogador que é muito bom tecnicamente, mas não é tão forte; o Ronaldo, o Fenómeno, tinha tudo. Por isso é que se diferenciava e o chamavam Fenómeno.

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