Nasceu em Faro, filho de um futebolista, certo?
Sim, o meu pai jogou futebol também, andou por clubes da III Divisão. Era médio esquerdo. Tinha uma boa canhota também [risos].
O que fazia ele profissionalmente, já que na III Divisão o futebol não alimenta famílias?
Ele jogou sempre como amador, mas chegou a ter um contrato profissional quando foi para o Desportivo de Beja. Depois começou a trabalhar numa oficina de alumínios, fazia marquises e essas coisas. A minha mãe sempre foi cabeleireira.
Tem irmãos?
Tenho uma irmã mais nova 10 anos.
Cresceu em que zona de Faro?
Hoje é conhecido como o bairro Vale da Amoreira, mas antigamente chamava-se bairro Vale Carneiros.
Deu muitas dores de cabeça aos seus pais?
Não, era calminho, a única dor de cabeça é que levava o dia a jogar à bola [risos]. Sempre foi o meu sonho. Quando me perguntavam o que queira ser quando fosse grande, sempre disse que era jogador de futebol e quando me perguntavam, “e se não fores jogador de futebol?” eu não sabia responder [risos].
Em casa torcia-se por que clube?
Era complicado. O meu pai é do Benfica, a minha mãe é Benfica, eu sou FC Porto, o meu filho é FC Porto, a minha filha é Benfica, a minha mulher é do Sporting, é uma grande confusão [risos].