Nasceu no Pragal. Filho e irmão de quem?
A minha mãe chamava-se Cristina Tomás e o pai Luís Tomás. A minha mãe era cabeleireira, e o meu pai era e continua a ser comercial. Tenho um irmão sete anos mais novo.
Referiu-se à sua mãe no passado. Já faleceu?
Sim, em 2017, de cancro. Primeiro apareceu no pâncreas, no ano seguinte esteve bem, no terceiro ano surgiu nos pulmões e no quarto ano no cérebro.
Foi um processo doloroso de vários anos…
Quatro. Num deles não aconteceu nada de mais, sentiu-se bem, o primeiro e os últimos dois foram mais complicados.
Havemos de falar novamente da sua mãe, mas antes, recuemos ao Pragal. Foi lá que cresceu?
Cresci no Miratejo, perto do Almada Fórum, até aos cinco anos, depois mudámo-nos para Odivelas porque uma das tias da minha mãe tinha um cabeleireiro e a minha mãe foi trabalhar com ela.
A mudança do Pragal para Odivelas foi difícil para si?
Os primeiros tempos foram complicados. Para criar amizades era difícil porque sou muito reservado e em sítios novos passo muito mal ao início. Não sou muito dado, nem muito falador então a mudança no início foi complicada sim. Foi começar tudo de novo.
Foi uma criança tranquila ou deu muitas dores de cabeça aos seus pais?
Depende. Comparando com o meu irmão era muito mais calmo, comparativamente com outros miúdos era um pouco irrequieto. Era aquele miúdo de brincar na rua o dia todo, tinha que ser chamado para ir para casa.
Há alguma história de criança que ainda seja contada em família?
De brincadeiras ou algo do género, não. Lembro-me que adorava comer, também gosto de comer agora, mas na altura era um fartote, se me sentassem à mesa, vibrava, assim que vinha a comida ficava excitado e todo contente. Também tinha muitos problemas para dormir, queria ficar acordado até não dar mais, era sempre uma dor de cabeça para me adormecerem.
Tinha algum prato preferido?
Provavelmente o bacalhau com natas e lasanha, que ainda hoje adoro.