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A casa às costas

“Fui o melhor marcador português da I Liga e a seguir o Benfica fez-me uma proposta ainda mais baixa do que tinha no Paços de Ferreira”

Aos 23 anos, Bruno Moreira já tinha feito cinco intervenções nos joelho, mas mesmo assim conseguiu ser o melhor marcador português na época 2015/16, pelo Paços de Ferreira. O percurso, que passou pela formação do FC Porto e do SC Braga, andou pelo Varzim, Moreirense, Nacional e GD Chaves, foi sinuoso. Lá fora jogou na Bulgária e na Tailândia, antes de voltar a fixar-se em Portugal. Nesta primeira parte do Casa às Costas, o avançado revela ainda a importância que Paulo Fonseca teve na sua carreira

Alexandra Simões de Abreu

RUI DUARTE SILVA

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Nasceu em Landim, Vila Nova de Famalicão. Apresente-nos a família.
Tenho um irmão mais novo, nove anos. Os meus pais sempre foram emigrantes. Nasci em Portugal mas não sei precisar com que idade ao certo, talvez com meio ano, um ano, fui com eles para Genebra, na Suíça, onde estavam a trabalhar. A minha mãe trabalhava nas limpezas, juntamente com o meu pai.

Quanto tempo esteve em Genebra?
Dois anos. Não tenho memórias de lá. Apenas de uma escola que tinha um campinho de futebol onde jogava. Depois, tenho vaga ideia da minha mãe deixar-me numa ama que tomava conta de mim. Lembro-me vagamente da casa dessa ama e da nossa casa, pouco mais.

Quando regressaram, vieram viver de novo para Landim?
Os meus pais ficaram, eu vim com sensivelmente três anos, para o infantário, fiquei a viver em casa dos meus avós maternos em Landim. Mas foi questão de um ano, ano e meio porque, entretanto, os meus pais regressaram.

A separação dos seus pais foi muito dolorosa?
Calculo que me tenha custado, mas não deixou marca porque não me recordo. Eu era muito sociável, havia um ringue à frente da nossa casa e lembro-me de jogar lá à bola com os meus amigos. Depois, os meus pais regressaram a Landim, o meu pai foi trabalhar para uma fábrica têxtil e a minha mãe abriu uma florista, por baixo da nossa casa.

Era uma criança tranquila ou andava sempre a aprontar?
Sempre fui muito calminho.

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