Tinha ideia de como e onde queria começar a carreira de treinador?
Sabia que não queria treinar formação, mas os seniores. Fui para o Sintrense para terminar a carreira de jogador e começar a de treinador, em casa. As coisas anteciparam-se um bocado porque o treinador-adjunto a meio da época foi treinar para Macau e propuseram-me ser adjunto. Ou seja, eu estava ainda a jogar e estava bem quando o propuseram. Tentei terminar a época ainda como jogador, mas o presidente disse que me queriam como adjunto a tempo inteiro. Terminei a carreira de futebolista já como adjunto do mister Zé João.
Deixou de trabalhar como tradutor?
Não, continuei a trabalhar. A empresa de brinquedos era a estabilidade, era quem pagava contas, porque na altura no Sintrense não ganhava nada de jeito.
Como foi essa primeira experiência enquanto treinador-adjunto?
Estava cheio de pica para começar. O mister Zé João era um treinador mesmo à antiga, uma pessoa excelente, um homem conhecido na zona de Sintra, muito peculiar, e eu cheio de sangue na guelra e cheio de fibra a tentar dar-lhe mais qualidade no treino, porque de facto os métodos eram diferentes, eu muito mais atualizado. Foi giro, aprendi muito com ele, porque era muito mais experiente, a calma no banco, o esperar os momentos certos.
Quem eram as suas referências?
José Mourinho, sem dúvida. Foi sem dúvida o homem que mudou a mentalidade do treino, a forma de abordar o treino e deu uma lógica completamente diferente ao que se fazia até então.