No final da época 2017/18 surgiram outras propostas de Portugal? Foi para o Nottingham por que razão?
Surgiram do Famalicão, falaram-me de um regresso ao Rio Ave, mas na altura eu queria experimentar ir para o estrangeiro, também pela questão financeira. A proposta do Nottingham era melhor, era um campeonato de que todos falavam bem, muito competitivo. Sempre tive o sonho de jogar na Inglaterra e apesar de ser o Championship, é um campeonato dos mais competitivos do mundo. Nem pensei duas vezes. As coisas com o Benfica também foram fáceis de resolver, portanto, foi das melhores decisões que tomei.
Sabia falar inglês?
Não sabia falar muito bem, mas nunca andava sozinho, havia outros portugueses na equipa e andávamos juntos muitas vezes. Assinei no mesmo dia que o Alfa Semedo, que também tinha algumas dificuldades no inglês, mas levou um amigo dele, que nos ajudava mais. Estavam lá o Tobias Figueiredo, o João Carvalho. Entretanto, o Tiago Silva também foi, por isso a adaptação foi fácil. Passado cinco, seis meses, eu já conseguia falar muito bem inglês e já percebia tudo.
Do que gostou mais e menos no primeiro ano?
Gostei da paixão pelo futebol. O meu primeiro jogo foi contra o Crystal Palace, em casa, não estava cheio, mas eram uns 20 ou 25 mil adeptos e a paixão que vi no estádio… Comecei logo a sentir que tudo aquilo que se ouvia dizer sobre a paixão deles pelo futebol era mesmo verdade. E na primeira jornada, contra o West Bromwich, ainda me lembro, e o estádio estava completamente cheio. Eles vivem o futebol de uma maneira incrível. O pior foi a adaptação à cidade. Nottingham fica a duas horas e meia de Londres. Se quisesse vir a Portugal eram duas horas e meia que tinha de fazer para apanhar avião. Apesar de ser uma cidade tranquila, ao nível de restauração era completamente diferente de Portugal, não havia muitas soluções. Aliás, foi aí que comecei a aprender a cozinhar.
Como fazia, ia ver à internet ou telefonava à mãe?
Ligava para a minha mãe e ela ajudava-me muito. Entretanto, os meus pais também ofereceram-me uma Bimby e as coisas tornaram-se um bocadinho mais fáceis [risos].

Yuri no dia da assinatura de contrato com o Nottingham Forest
D.R.
Falemos de futebol. Como foi o primeiro contacto com treinos e jogos?
Foi tranquilo. Sempre fui um jogador muito agressivo, de muita intensidade, mas lembro-me que nos primeiros jogos amigáveis ficava quase sem ar porque era uma intensidade incrível, a que não estava habituado. O jogo não pára e os árbitros também não deixavam o jogador mentir. Aquela coisa de sentir um encosto e cair, fiz uma, duas vezes e como não assinalavam falta, percebi que já não dava para mentir ao árbitro [risos].
Nessa primeira época teve algum momento ou episódio marcante?
No início também não jogava, não era titular. Comecei a ser titular num jogo contra o Swansea e ganhámos 1-0, fora, fizemos um jogo incrível, a partir daí nunca mais saí.
Sentiu necessidade de fazer mais ginásio em Inglaterra?
Comecei a fazer ginásio a partir dos 15, 16 anos e sempre tive uma cultura muito grande de trabalho. Desde os 17, 18 anos que fazia treinos muitas vezes bi-diários. Por exemplo, aqui na Polónia, faço os meus treinos individuais à tarde, em casa, e por vezes também vou a um ginásio.
Foi para o Nottingham emprestado ou vendido pelo Benfica?
Fui a custo zero, mas o Benfica ficou com 50% do meu passe. Assinei dois anos no Nottingham e quando fiquei livre surgiram muitas propostas, mas decidi vir para a Polónia.

O defesa esquerdo jogou duas épocas pelo Nottingham
D.R.
O que o levou a escolher o Legia de Varsóvia?
O meu desejo era continuar a jogar em Inglaterra, falou-se de algumas possibilidades, do Middlesbrough, do Blackburn e do Reading, mas nunca houve uma proposta concreta. Só tive propostas concretas da Turquia, do Giresunspor e do Adana para onde foi o Kevin Rodrigues. Por um lado, queria ir para a Turquia, por outro, queria aguentar um bocadinho mais. Entretanto, na fase final do mercado, nas duas últimas semanas, a proposta mais concreta que tive foi do Legia. Depois falou-se da possibilidade de ir para o Vitória de Guimarães. E eu queria muito ir, mas a proposta nunca surgiu. Quando vim para a Polónia li algumas coisas que eu é que rejeitei o Vitória, mas isso não é verdade. Só depois de eu já ter tudo certo com os Legia é que o Vitória quis realmente fazer uma proposta e fez.
Mas aí já não queria ou não podia?
Já tinha acertado tudo com o Legia, não ia voltar atrás. E o porquê a Polónia? Porque tive opções financeiras ainda melhores do que esta, mas também olhava para o Legia como um clube grande e eu queria voltar a viver um pouco essa realidade. Já tinha estado no Benfica, um clube grande, estive no Nottingham dois anos e não havendo a hipótese de continuar em Inglaterra, gostava de regressar a um clube grande, com boas condições, aqui estou.
O choque foi maior na Polónia do que na Inglaterra?
Para ser sincero, o choque foi pelo lado positivo. Quando eu falo da Polónia, o primeiro pensamento é: frio e pessoas distantes que não falam a ninguém. Não é nada disso. Quando cheguei também vinha um pouco com essa ideia e encontrei uma qualidade de vida ótima. Depois fiquei ainda mais surpreendido com o clube, tem condições ao nível do Benfica. Os adeptos são incríveis, os jogos em casa são vividos de uma forma incrível, os adeptos não param de cantar, é uma paixão incrível. Agora, as pessoas são um bocadinho mais desligadas de uma forma geral, mas temos de nos adaptar à cultura deles.

Durante um treino do Nottingham
D.R.
Quando chegou ao Legia tinha o Josué, o André Martins, o Rui Gomes e o Rafael Lopes na equipa. Havia tendência para os estrangeiros se juntarem uns com os outros e os polacos ficarem no seu canto?
Sim, desde que estou no estrangeiro há essa tendência. No estrangeiro, se há um grupo de portugueses, andam sempre juntos, se há um grupo de espanhóis, os espanhóis andam sempre juntos, o que não implica afastamento no grupo de trabalho. Não é isso, simplesmente é natural as pessoas da mesma nacionalidade se juntarem. Tenho tido sorte nos grupos que apanhei no estrangeiro porque são grupos muito simples e não há muitos problemas.
Como foi a adaptação ao futebol polaco e a jogar na neve?
Eu já estava habituado a um país frio, a Inglaterra, mas aqui ainda é mais frio. Essa adaptação foi tranquila, porque cheguei cá já com essa vivência de Inglaterra, onde não via o sol, por exemplo. Aqui há mais sol do que em Inglaterra. Agora há a questão do frio e a partir de outubro, novembro começa a nevar, mas temos uma paragem de inverno que em Inglaterra não havia. Em Inglaterra jogávamos a cada três dias, incluindo na altura do Natal e a passagem de ano. Estive dois anos sem passar o Natal e a passagem de ano na minha casa. Aqui não, aqui no dia 22 já vou para casa e passo o Natal e passagem de ano em Portugal.
O futebol é mais físico e menos tático?
A nível físico é um pouco parecido com o Championship, apesar de eu achar que o Championship ainda é mais físico. Em termos de qualidade, há mais qualidade no Championship.

Yuri (à direita), a festejar um golo pelo Nottingham
D.R.
Na primeira época teve três treinadores.
[Risos]. Foi um ano de muita aprendizagem, nunca tinha apanhado três treinadores na mesma época e foi um ano que não correu nada bem.
Terminaram em 10.º lugar, não foi?
Sim. Habituados a ser campeões... Era a mesma coisa que o Benfica acabasse em 10.º lugar.
O que correu mal?
Quando cá cheguei eles já levavam dois meses de época, porque só no final de agosto é que as coisas ficaram definidas para eu vir para o Legia. Eles começaram a época no início de julho. No dia em que assinei conseguimos a qualificação para a Liga Europa. Fui fazer um jogo ou dois à equipa B para ganhar ritmo. Entretanto, o primeiro treinador [Czeslaw Michniewicz], acabou por ser despedido.
Entrou quem?
O Marek Golebiewski, que era o treinador da equipa B e gostava muito de mim. Comecei a jogar mais, tivemos uns jogos da Liga Europa em que estive muito bem, comecei a ganhar confiança, mas continuámos a ter resultados negativos até que veio o treinador Vukovic, de quem gostei muito, tem um carácter e uma personalidade muito fortes, foi jogador de futebol, percebe o pensamento do jogador de futebol e trouxe outro tipo de energia à equipa e ao clube. Foi a partir daí que começou a grande mudança. Mas na última jornada, senti-me mal, fiz uma série de exames e não tinha nada. Estive duas semanas em Portugal, regressei e voltei a sentir-me mal, antes de irmos para o Dubai de estágio.
Sentiu-se mal como?
Estou a tomar o pequeno-almoço e comecei com vontade de vomitar e quebras de tensão. Fui para o hospital, fiz exames e não tinha nada. Não fui para o Dubai com a equipa, fiquei na Polónia. Recordo-me que nevava muito. Depois eles dizem para ir ter com eles ao Dubai, e na véspera da viagem, durante a noite senti-me mal, fui para o hospital, comecei a ter dores bastantes fortes do lado direito e tive de ser operado ao apêndice. Fui operado no dia 13 de janeiro, dia de anos do meu irmão, este ano.
Por isso é que só fez 18 jogos na época passada?
Sim. Depois da cirurgia, o treinador queria muito que eu jogasse, apressámos a recuperação e tudo, fiz dois, três treinos e joguei logo a titular. Mas aos 60 minutos comecei a ter algumas dores na coxa. Tive uma pequena lesão na coxa, tinha estado dois meses parado.

Yuri assinou pelo Legia de Varsóvia na época 2021/22
D.R.
Estava no autocarro quando, no ano passado, foi invadido por adeptos descontentes?
Estava.
Houve colegas que foram agredidos?
Um ou dois.
Sentiu medo?
Sim, senti um pouco de medo.
Assinou por quanto tempo com o Legia?
Tenho mais dois anos e um de opção.
Quer continuar na Polónia ou prefere mudar?
Gosto do país, gosto de viver aqui, tenho uma boa qualidade de vida, em termos financeiros estou estável, agora obviamente todo o jogador quer jogar. Nunca vou fechar a possibilidade de ir para outro campeonato, ou mesmo regressar a Portugal, isso nunca o vou fazer.
Não tem nenhuma história para contar da Polónia?
Tenho uma, que aconteceu o ano passado. Estava eu o André Martins, Josué e Rafael Lopes na sauna e ao fim de sete, oito minutos, um de nós tem a “excelente" ideia de dizer que o primeiro de nós que saísse da sauna, tinha de pagar um jantar a todos. Ficamos na sauna durante 20 minutos [risos]. Acabamos por sair todos ao mesmo tempo a olhar uns para os outros com os olhos meio fechados já, eu estava quase a desmaiar, estava sem forças, os outros também [risos]. Na altura rimo-nos, mas podia ter corrido mal.
Continua solteiro?
Sim. Tive uma namorada, mas essa relação já terminou.

Com Rafael Lopes e Josué
D.R.
Qual a sua maior ambição profissional?
Tenho 25 anos, começo a ter cada vez mais experiência e quando falo em experiência, englobo aqui também o facto de ser o meu quarto ano no estrangeiro, no que isso me dá, um conhecimento grande daquilo que as pessoas no estrangeiro pensam e da cultura, apesar de ser o meu segundo ano na Polónia, já vou conseguindo analisar bem aquilo que as pessoas pensam cá fora que é muito diferente daquilo que pensamos em Portugal. A maneira deles pensarem os treinos é muito diferente da nossa.
Diferente como?
Por exemplo, em termos de rotina, em Portugal, muitas vezes treinamos de manhã, chegamos ao clube por volta das oito da manhã, temos o treino às 10 e lá para a uma estamos despachados. Aqui muitas vezes entro às oito da manhã e só estou despachado às duas ou três da tarde, por as coisas serem definidas muito em cima. Em Portugal nós sabemos qual vai ser o plano semanal, aqui não, as coisas estão sempre a mudar. Mas o grande objetivo que tenho é jogar mais porque não estou a jogar muito, vou entrando.
Sabe o porquê disso estar a acontecer?
Quando vim para cá já estava a competir com um lateral esquerdo que vai à seleção da Sérvia, o Mladenovic. Ele já está na Polónia há cinco anos, foi o melhor defesa do campeonato na época anterior à minha vinda, já tem um certo estatuto no clube, tem 31 anos. Vê-se que tem uma boa relação com toda a gente, há que respeitar. O ano passado houve alturas em que eu jogava atrás e ele à frente, jogávamos os dois muitas vezes. Este ano não está a ser assim. Tenho ainda muito caminho por percorrer, mas o que eu mais quero é jogar. E ser campeão. Vamos ver o que acontece.
Quando era pequeno e se imaginava a ser jogador profissional de futebol, o que imaginava?
O meu sonho era jogar em grandes estádios, e principalmente deixar orgulhosos todos os que gostam de mim. Era aquilo que eu mais pensava. E especialmente quando via jogos grandes do Benfica, imaginava-me lá, com as pessoas de que mais gosto no estádio a olharem para mim, todas contentes.
A sua maior frustração é não ter conseguido vingar no Benfica?
Para ser sincero, não. Estou a ser o máximo sincero possível, não tenho frustrações na minha carreira.

A cabecear a bola durante um jogo pelo Legia
D.R.
Quando foi chamado pela primeira vez a uma seleção? Tinha quantos anos?
Tinha 15 anos. Fiz o Europeu de sub-17, em 2014, e o Europeu de sub-19 e depois o Campeonato do Mundo de sub-20. É incrível o ambiente de seleção. Fiz muitas amizades na seleção, conheci treinadores com personalidades incríveis, adoro o mister Emílio Peixe, o mister Felipe Ramos, o mister Joaquim Milheiro, incrível, uma pessoa extraordinária. Estes três são incríveis, assim como o Pedro Roma, treinador de guarda-redes.
Faziam muitas partidas uns aos outros?
[Risos] Fazíamos. Uma vez coloquei nas cuecas de um colega o creme de aquecimento que usávamos antes dos jogos. Ele vestiu-se, foi para o autocarro e começou a coçar-se todo [risos]. Teve de ir à casa de banho porque estava cheio de ardor.
Nunca foi chamado à seleção A? Nem pré-convocado?
Não. Só fiz até aos sub-21.
O que faz nos tempos livres?
Normalmente vejo séries. Agora ando a ver o “Atirador” e estou a gostar muito. Gosto de ler também.
Que tipo de leituras?
Motivacionais, das histórias dos jogadores de futebol. Estou a ler um livro muito bom: "O clube das cinco da manhã", do Robin Sharma, que é fixe. Acabei de ler "Os segredos da mente milionária", que também recomendo. Também gosto de ocupar o meu tempo a cozinhar. Quando chego a casa depois dos treinos faço sempre uma sesta, acordo, lancho e normalmente faço sempre mais um treino. Depois, faço alguma comida. Faço sopa para a semana e, se estiver a apetecer-me alguma coisa, faço. Gosto de risotto, de massa à bolonhesa, de pratos simples e saudáveis.
Costuma convidar outros colegas para ir a sua casa?
Sou muito de estar na minha para ser sincero. De vez em quando vêm cá colegas, mas não muito. Recentemente esteve cá um fisioterapeuta que é muito amigo e foi porreiro passar esses momentos também. Mas sou muito de estar na minha, gosto de estar no meu espaço. Nem sou de estar agarrado ao telemóvel. Gosto mesmo é de estar com a família e das conversas em família.

Numas férias no México
D.R.
Onde ganhou mais dinheiro até agora?
Na Polónia.
Investiu?
Só em imobiliário
Qual foi a maior extravagância que fez na vida?
Comprar uma mochila da Louis Vuitton, foi cara.
Tatuagens?
Nenhuma.
Acredita em Deus?
Acredito. Mas normalmente só vou à igreja na altura do Natal.
Superstições?
Não muitas. Às vezes lembro-me de entrar com o pé direito no campo. Não sou muito daquele género de pensar, ganhei este jogo agora tenho de fazer a mesma rotina, exatamente igual. Não acredito muito nessas coisas. Cada jogo, cada momento da vida é sempre diferente.
Como defesa esquerdo, qual foi o adversário mais difícil que enfrentou?
Quando eu era miúdo, o Patrick Roberts, que joga no Sunderland. Como profissional, foi o Allan Saint-Maximin, do Newcastle.
Segue ou pratica outro desporto além do futebol?
Gosto de ténis. Durante a época não pratico, mas nas férias, em novembro e dezembro, vou jogar ténis e padel. No ténis gostava do Roger Federer. Era o meu preferido.
O maior arrependimento que tem na carreira?
Não tenho arrependimentos.
O momento mais feliz?
O golo que marquei contra o Boavista, quando estava no Rio Ave.
Quem são as maiores amizades que fez no futebol?
Fiz muitas, mas é mau da minha parte estar só a dizer alguns.
Alcunhas, tem ou teve?
Estão sempre a chamar-me Yuradas. Há um que me chama assim no Instagram, o outro vê, também começa a chamar e é uma bola de neve.
Alguma lei ou alguma regra do futebol que, se pudesse, mudava?
Nenhuma, nem penso disso.
Que opinião tem do VAR?
Acho que ajuda à verdade desportiva.
De que forma é que nota os efeitos da guerra na Ucrânia aí na Polónia?
Com o aparecimento de muitos ucranianos, é a única coisa. O resto é tranquilo, nunca se passou nada.

Rafael Lopes, Yuri Ribeiro e Blaz Kramer, do Legia
D.R.
Qual a pessoa que mais influenciou a sua carreira?
O meu irmão.
Tem uma meta para deixar de jogar?
Também não penso muito nisso, mas tenho o objetivo de ter uma longa carreira. Agora tudo depende de uma série de coisas.
Se pudesse escolher, qual o clube de sonho onde gostava de jogar?
No Inter.
Já pensou no que quer fazer depois de pendurar as chuteiras?
A primeira coisa que quero é ter estabilidade financeira para poder escolher aquilo que quero ser. Neste momento não me vejo como treinador principal, mas gostava de continuar ligado ao futebol, talvez como diretor, empresário ou algo do género.
Se não fosse jogador de futebol, teria sido o quê?
Não tenho ideia.
Tem mais alguma história para fechar a entrevista?
Tenho dos tempos do centro de estágio do Benfica, quando tinha 15 anos. Eu convivia no quarto com o Rui Gomes, que está no Portimonense, e houve uma altura que começámos a ir para a parte de trás do centro de estágio buscar pizzas. Às vezes éramos seis ou oito jogadores ao mesmo tempo. Combinávamos com o sr. da Telepizza na parte de trás do centro de estágio. Uma vez fomos apanhados, mas foi muito engraçado, porque chegámos com umas 10 pizzas para distribuir pelos quartos e não tínhamos onde esconder, nem por onde fugir porque o segurança vinha atrás de nós. Eu tive a ideia de abrir um teto falso que existia na casa de banho e coloquei as pizzas todas lá, o segurança entrou e não havia pizzas em lado nenhum [risos]. Foi embora e passado uns 10 minutos fomos entregar as pizzas a cada quarto. Passamos a colocar as caixas sempre ali, escondidas. Mas há um dia em que o segurança disse que ia verificar só uma coisa na casa de banho, eu estava sentado na secretaria no computador e oiço um barulho gigante e eram as caixas todas que tinham caído do teto, quando levantou a placa, eram umas 20 caixas [risos].