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A casa às costas

“No final da última jornada, o Bruno Lage estendeu-me a mão e eu não o cumprimentei. Não joguei no campeonato, mas senti-me campeão”

Yuri Ribeiro deixou “Os Craques” com 13 anos para jogar no SC Braga e um ano depois ingressava no Benfica como uma jovem promessa. Após cinco anos, foi emprestado ao Rio Ave, mas regressou à Luz, convicto que teria a oportunidade de finalmente vingar no clube do coração. A boa forma de Grimaldo, com quem tentou disputar a posição no 11 titular, não lhe deixou grande margem para brilhar e o defesa esquerdo acabou por sair para Inglaterra, com alguma mágoa por não ter sido utilizado no campeonato, mas com o sentimento de campeão cravado no peito

Alexandra Simões de Abreu

VI-Images

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Nasceu onde e é filho de quem?
Nasci na Suíça, em Roveredo, na parte italiana da Suíça. Os meus pais são emigrantes, ainda hoje trabalham na Suíça, mas estão quase a regressar com a reforma.

Trabalham no quê?
O meu pai sempre trabalhou na área da construção civil e a minha mãe nas limpezas e como baby-sitter.

Tem irmãos?
Tenho um irmão mais velho oito anos.

Ficou na Suíça até que idade?
Até aos dois anos, depois os meus pais regressaram a Portugal, a Vieira do Minho, de onde é toda a família.

A paixão pelo futebol vem desde criança?
Sim, estava sempre com a bola debaixo do braço e jogava até às tantas na rua e na escola também. Uma vez na escola pedi à professora para ir à casa de banho, tinha oito ou dez anos, e a professora Manuela, que curiosamente é sogra do meu irmão, deixou-me ir. Eu queria era jogar futebol. Como demorei muito ela saiu da aula para ir buscar-me e estava eu a jogar à bola, não tinha ido à casa de banho [risos].

Não gostava da escola?
Gostava. Gostava de lá estar porque ir para a escola também tinha esse lado dos intervalos e de jogar à bola com os amigos. Também fazíamos outro tipo de brincadeiras, lembro-me de na altura haver os Tazos e jogávamos muito isso.

Sempre disse querer ser jogador de futebol?
Sim, sempre tive o sonho de ser jogador de futebol. O meu pai foi guarda-redes, no Vieira do Minho. Lembro-me de uma situação em que a equipa dele perdeu 12-0 num jogo e, mesmo assim, ele foi o melhor em campo. Quando ele conta essa história, parto-me a rir. Depois partiu o braço e a partir daí teve muitas dificuldades, infelizmente não conseguiu singrar. O meu irmão, Romeu Ribeiro, também sempre esteve ligado ao futebol, quando eu era muito miúdo, ele estava no Benfica, fez a formação toda lá, estreou-se pela equipa principal com 18 ou 19 anos, na Champions League. Eu via aquilo como um grande exemplo e já tinha essa vontade em mim.

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