Nasceu em Setúbal. Filho de quem?
Filho de Paulo e Ângela Nunes, ambos professores. O meu pai de matemática e a minha mãe de língua portuguesa e inglesa.
Tem irmãos?
Tenho duas irmãs mais velhas. Uma de 1993, outra de 94 e eu nasci em 95. Todos seguidos uns aos outros. Outra curiosidade é que nascemos em dias seguidos também, a mais velha nasceu no dia 17, a do meio a 18 e eu a 19 [risos].
Cresceu em que zona de Setúbal?
Inicialmente na estrada das Machadas, perto da Avenida Luísa Todi. Mais tarde acabámos por mudar-nos mesmo para a Avenida Luísa Todi, no centro de Setúbal. Era fantástico, da janela tínhamos vista para o Sado, para os ferrys.
Que tipo de criança foi?
Nunca fui uma criança que desse dores de cabeça muito preocupantes, mas era muito direto, muito frontal. Tenho até uma história engraçada por causa disso.
Chute.
Um dia fomos em família à bola e tinha à minha frente um senhor que estava a comer amendoins e atirava as cascas para o chão. Virei-me para a minha mãe, alto e bom som: “Mãe, este senhor é um porco” [risos]. A minha mãe, muito embaraçada: “Filho, isso não se diz. Não podes dizer isso, então?”. O senhor ouviu, virou-se para trás: “Olhe minha senhora, peço desculpa, mas ele tem toda a razão. Eu de facto não devia estar a fazer isto, estou a dar um mau exemplo, tem toda a razão”. Tenho mais uma engraçada desse género, já no Benfica.
Conte.
Tinha eu uns oito anos, jogava na escolinha do Quinito, em Setúbal, mas ia mudar para o Benfica. Tínhamos de assinar um documento e, quando entrei no estádio da Luz, fomos para o elevador. Já estava dentro do elevador quando entrou o Mantorras. A pessoa do Benfica que estava ao meu lado, disse-me: “Então João, não cumprimentas o senhor Pedro Mantorras?!”. E eu muito naturalmente: “Não, ele também não me cumprimentou. Ele é que entrou, eu já cá estava” [risos]. Tive algumas dessas situações que, para um pai ou mãe, são constrangedoras.