Nasceu em Luanda, mas cresceu em Portugal. Tem alguma memória de África?
Não, eu vim para Portugal com dois anos. O meu pai veio jogar para o Benfica, a família veio e acabámos por ficar.
A paixão pelo futebol desenvolve-se a partir do seu pai?
É um bocado de família, sim. O meu avô paterno também jogou, a outro nível, e sempre foi praticante de desporto. O meu pai consagrou-se mais ao conseguir a transferência direta do Petro de Luanda, em 1989, para o Benfica.
A sua mãe fazia o quê?
É enfermeira de profissão.
Tem irmãos?
Tenho dois. Um mais velho, o Geovany, e a Jéssica, mais nova cinco anos do que eu.
Deu muitas dores de cabeça aos seus pais?
Não, deixei isso para o meu irmão [risos]. Como aprendo com o erro do outro, era mais calmo.
Quando era pequeno já dizia querer ser futebolista como o seu pai?
Não. Queria ser arquiteto.
De onde vinha esse desejo?
Sempre gostei de desenho e lembro-me, não sei precisar onde, mas quando vi uma planta, gostei daquele tracejado das plantas, daquelas folhas. Até ia tirar formação no sentido de arquitetura, entrei numa escola de artes, mas depois tive de escolher e o futebol venceu.
Em que zona de Lisboa cresceu?
Santo António de Cavaleiros, em Loures. Comecei a jogar futebol na rua, no bairro, com os mais velhos, todo o mundo misturado, aos sábados e domingos. Aos 10, 11 anos comecei a jogar federado pelo Loures. A minha formação começou no Loures.
O seu irmão também jogava?
Jogava. Nessa altura estava no Sporting a fazer a formação dele.